Embora o Brasil ganhe dos Estados Unidos no número de empresários, isso não significa que os brasileiros possuam mais dinheiro que os americanos. Além disso, a maior parte dos empresários brasileiros são compostos por eletricistas, vendedores de coco, borracheiros, entre outros ramos de atuação que são pouco valorizados no país. Até o mês de setembro de 2017, o Brasil possuía um total de 48 milhões de pessoas jurídicas, contra uma parcela de 33 milhões de pessoas que trabalham com carteira assinada no país.
Mesmo diante das dez maiores economias do mundo, o Brasil ainda é campeão em número de empresários. Nos Estados Unidos, por exemplo, a população total do país é 60% maior que a do Brasil, e ainda assim existem atualmente cerca de 24 milhões de empresários americanos.
O que significa que no Brasil, os negócios são movidos pela necessidade, e não pela real vontade de ser empresário. Dentre a população que decide abrir um negócio no Brasil, os dados apontam que a cada dois empresários, 1,4 deles está desempregado ou simplesmente sem dinheiro para pagar as contas. O mesmo índice nos Estados Unidos aponta que 2,4 de cada novo empreendedor do país decidiu abrir um negócio por vontade.
Já em relação aos lucros, aqui no Brasil 70% dos empresários recebem uma média menor que três salários mínimos, o que não é muito diferente da maioria da população do país que trabalha com carteira assinada.
Embora o programa MEI – Microempreendedor Individual, tenha somado para facilitar os processos de adentrar como pessoa jurídica no mundo dos negócios, a média de tempo para abrir um negócio no Brasil ainda é bastante lenta. Para colocar uma empresa funcionando no país com tudo em ordem é preciso uma média de 119 dias. Esse mesmo feito é realizado na China em apenas 38 dias. Na Nova Zelândia é possível abrir uma empresa em apenas 30 minutos, e o que é melhor, totalmente pela internet.
Além de toda essa burocracia ainda temos os impostos abusivos que os empresários precisam desembolsar para poder contratar funcionários. Os empresários que são enquadrados através do plano Simples, que permite reduzir os impostos no pagamento de funcionários, possui uma certa vantagem em relação aos demais empresários. Mas ainda assim a carga tributária é abusiva.
Um empresário que possui um faturamento anual de R$ 100 mil pagava em 2012 R$ 8.360 em tributos ao Simples. Em 2015, esse valor passou a ser corrigido para R$ 10.767 para se adequar aos valores daquele ano. Esse aumento abusivo supera a inflação do ano que estava em 24%, atingindo uma margem de 29% em impostos.