De acordo com o Presidente do Banco Central, a valorização do dólar frente ao real não está relacionada a piora da economia nacional. Entenda mais.
Roberto Campos Neto, presidente do BC, disse em entrevista que nossa autoridade monetária está tranquila em relação a moeda norte-americana, que se situa na casa dos R$ 4,35. Quando questionado sobre o tema, Campos disse que diferente do ocorrido no passado, essa alta não reflete uma piora econômica, mas como consequência da estabilidade da economia brasileira.
Para ele, a desvalorização do real ocorre por diferentes motivos, contudo eles são diferentes dos últimos movimentos de desvalorização. Antes, as grandes desvalorização eram reflexo do aumento do risco-país, que desencadeou um aumento na taxa de juros e queda na bolsa. Nesse último momento o contrário: a moeda desvalorizou, mas está acompanhada de uma melhora no risco do país.
Campos ressalta que o cenário hoje é diferente com uma taxa de juros baixa e inflação controlada. Para ele, a alta do dólar atualmente se dá pela desvalorização das commodities e pelo movimento das atividades empresariais, que estão aproveitando os juros baixos para fazer empréstimos no país e pagar as dívidas feitas na moeda estrangeira.
“A curva de juros caiu de modo que as companhias se deram conta que era mais interessante romar dívida local, converter reais em dólares e liquidar suas dívidas fora do país, o que gerou uma demanda no mercado. Então, o dólar se elevou, porém isso aconteceu por uma melhora na percepção, enfatizou o Campos, que ainda afirmou que o BC está tranquilo nesse sentido.
Roberto Campos afirmou que o Banco Central vai continuar de olho no câmbio e se preciso pode intervir no mercado, principalmente se a volatilidade se manter em alta, como aconteceu na semana passada, quando o dólar chegou a cotação de R$ 4,38.
Segundo o presidente do BC, países como o Brasil possuem um banco central mais independente e isso reflete em uma inflação menor e mais contínua, o que favorece o planejamento e investimentos.