O estado de São Paulo bateu recorde de feminicídios em 2023, segundo os dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) reportados pela Agência Brasil no último dia 30 de janeiro. Foram 221 mortes de mulheres registradas como casos de feminicídio no ano passado — esse é o maior número já contabilizado nesse sentido desde o primeiro ano (2018 – 136 ocorrências) em que os registros nessa categoria foram diferenciados do número total de homicídios.
Conforme o que explicou a reportagem da Agência Brasil, “são classificados como feminicídios os assassinatos em que as motivações envolvem a condição de ser mulher, seja diretamente ligada à violência doméstica ou por razões misóginas, em que há um menosprezo ou discriminação voltadas ao sexo feminino”. A nível de comparação, foram registrados, no estado de São Paulo, 195 feminicídios em 2022 e 140 em 2021. Esse tipo de crime acontece de diversas formas, “em ambientes privados ou até nas ruas”, acentuou o canal de notícias.
Segundo o que afirmou a SSP, a Pasta tem se dedicado a examinar a dinâmica dessa categoria de crime. “A partir da análise dos casos de 2023, a secretaria destaca que em 83,2% das situações [de feminicídio] a vítima havia sofrido violência doméstica anteriormente. Em 56,1% das ocorrências, a mulher tinha uma relação afetiva com o agressor, e em 39,3%, tinha uma ligação familiar ou de amizade”, especificou a matéria da Agência Brasil.
O veículo de informações também reportou que, de acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública, há um projeto para que os agressores usem uma tornozeleira eletrônica ao serem soltos nas audiências de custódia.
“Através do tornozelamento, os agressores são monitorados 24 horas por dia e são imediatamente detidos se tentarem se aproximar das vítimas”, explicou a SSP. “Desde setembro até 24 de janeiro, 167 agressores foram tornozelados. Dentre o total, 74 estavam relacionados a casos de violência doméstica, dos quais 9 foram presos novamente por violarem a ordem de distância”, frisou a Secretaria de Estado.