As bases empregadas para os cálculos inerentes ao câmbio em um dado período podem variar conforme a situação verificada no que diz respeito à economia global. Felipe Arrais, que responde pelo comando da Empiricus Private, é um dos especialistas na área que discorreram sobre o assunto em 2019, ano em que, segundo ele, o mês de setembro foi o mais diferenciado de todos os tempos para a economia nacional.
O comércio de bens e serviços, destinado a população de um modo geral, teve um ponto de semelhança com o que estava se sucedendo no mercado financeiro. Essa convergência diz respeito à forma como se vendeu ou comprou ações, ressaltando-se que tais operações tiveram como embasamento a situação de frequentes elevações da moeda norte-americana, pontua o colaborador da Empiricus. Arrais também esclareceu que o mês de setembro foi o que mais aguçou a curiosidade dos investidores quanto aos valores posteriores de cotação do dólar.
O preço do petróleo, embora elaborado por meio de mecanismos internacionais, que contam com a moeda norte-americana como fator de estabelecimento de preços, em geral não se altera de modo automático, salienta o especialista da corporação Empiricus. Dessa forma, o consumidor que faz uso de combustíveis só verá os preços subirem em determinados momentos, quando houver um consenso de que isso se faz necessário.
A programação de viagens que tenham como base rotas internacionais tem relação mais direta com a alta do dólar do que os preços dos combustíveis, destaca o editor da Empiricus. Isso diz respeito tanto à forma como são geridas as agências de viagens, tanto em relação ao repasse direto do aumento do dólar a pacotes ou somente passagens, elucida Arrais. Mas segundo ele, entretanto, o consumidor pode efetuar aquisições dessa ordem de modo mais econômico, dependendo do local pretende ir e de outros fatores.
As subidas da moeda norte-americana, se atingirem muitas repetições, como as verificadas em setembro, podem levar segmentos inteiros a poupar capitais em dólares voltados a operações em pregões futuros, menciona o membro da Empiricus. Ele esclarece que esse tipo de ação já é esperado por parte das companhias e pode servir como modelo para as que possuem domínios mais discretos no ramo em que atuam.
Arrais deixa claro, entretanto, que não se deve acreditar que todas as fases em que o câmbio flutua possam trazer apenas efeitos desagradáveis a quem possui comércio ou é consumidor. Ele utiliza uma situação frequente para ilustrar a ocorrência mencionada. Trata-se da parte do comércio cujos principais produtos são exportados. Para negócios dessa natureza, o especialista frisa que a moeda norte-americana em ascensão é um fator que gera otimismo aos empreendedores por sua potencialidade de aumento dos lucros. Situação oposta pode acontecer em outros filões do comércio, explica o profissional. Ele destaca que algumas instituições financeiras tem a prática de autorizar empréstimos somente sob critérios que impliquem os valores a que o dólar possa ser cotado. Nesse tipo de transação, quanto mais em alta a moeda estadunidense, maior o volume gerado para algumas dívidas, finaliza Arrais.